segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Amamentar com intervalos a cada três horas não é mais recomendado

Pessoal, bom dia!

Reproduzo na íntegra uma reportagem super bacana sobre amamentação. E vcs, amamentam/amamentavam de acordo com a demanda do bebê ou seguiam horários? Qual a orientação do seu pediatra?


“Amamentar com intervalos a cada três horas não é mais recomendado”

A pediatra Marisa da Matta Aprile diz que, estabelecer rotina de mamadas diminui a produção de leite materno e pode até comprometer a carga nutricional do bebê
Lia Lehr
Stockbyte / Thinkstock / Gettyimages
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Livre demanda é deixar o bebê mamar quando e quanto ele quiser ou deixá-lo no peito até ele ficar completamente satisfeito?
Livre demanda é deixar o bebê mamar quando ele quiser.  Hoje se orienta que o bebê não tenha horário regrado entre as mamadas e que mame quanto quiser até o final, ou seja, até que a mama esvazie.
A questão de amamentar com intervalos a cada três horas não é mais recomendada. Isso não funciona com o leite materno. Com o leite materno é impossível saber quanto o bebê mamou, se está satisfeito, ou se dormiu no seio e acabou mamando menos. Especialmente no primeiro mês. Às vezes, a criança ainda está com fome. E é aí que as mães têm que ficar atentas aos sinais de fome.

E quais são os sinais de que o bebê está com fome?
Nem sempre ele chora. Pode demonstrar inquietação, irritação ou o bebê fica procurando o seio. O recomendado é que não se estabeleça horário entre as mamadas e que deixe o bebê mamar até ele se sentir saciado.

Muitas maternidades e alguns pediatras ainda orientam as mães a amamentarem a cada três horas.
Tenho 37 anos de carreira. Na minha época, a gente orientava a amamentar o bebê durante 15 minutos de cada lado do seio e a cada três horas, iniciando a próxima mamada pelo lado que o bebê tinha mamado por último.
Mas isso não tinha fundamento científico nenhum. Isso vem da época do Brasil colonial, final do século 18. Naquela época, era comum as escravas amamentarem os filhos das senhoras, mas até por uma questão de preconceito e falta de papel na sociedade, as mulheres passaram a amamentar os filhos a cada três horas.
O ser humano deve comer a cada três horas, mas com o seio não é assim. O leite materno tem três estágios: o primeiro, mais aguado, mata a sede. O segundo oferece cálcio e o terceiro, com mais gordura, é o que sacia. Quando se estipula a amamentação a cada três horas, não se completa todo esse processo.

Estabelecer rotina de mamadas pode prejudicar o bebê?
Quando se estabelece tempo entre uma mamada e outra, o organismo entende que não precisa produzir leite. Automaticamente já está se fazendo um desmame e a mulher produz menos leite.  Para o bebê, a consequência pode ser uma criança mais irritada e pode comprometer a carga nutricional dela, com ganho ponderal menor.
Só recomendamos rotina quando o bebê é prematuro ou se dorme muito. Aí não dá para ter livre demanda. Tem que acordar o bebê para mamar e os intervalos devem ser de duas a três horas no máximo. Por isso é complicado quando vemos um bebê querendo mamar e a mãe olhando no relógio para ver quanto tempo ainda falta para alimentá-lo.

Conforme o recém-nascido cresce, ele passa a sentir mais fome porque está gastando mais energia para se desenvolver e com isso irá querer mamar mais?
Sim, são os estresses da amamentação e que ocorrem principalmente entre o terceiro e quarto mês, quando há um estirão maior do bebê e a gente orienta a deixar o bebê sugar mais. Com isso, o organismo da mãe vai produzir mais leite e na próxima mamada vai oferecer tudo o que o bebê precisa para se desenvolver e criar anticorpos.

Uma das queixas mais frequentes das mulheres em relação à livre demanda é a de que os bebês podem acabar usando o peito para chupetar ou que nem estão mamando por fome, mas apenas para ficar mais tempo no colo...
Isso pode acontecer mesmo, em função apenas da necessidade do bebê de querer ficar junto à mãe. Nos primeiros meses, o bebê acha que ele e a mãe são o mesmo corpo, que são uma coisa só e o peito é um elo muito forte entre eles.
Mas a mãe vai percebendo isso. Tem que observar o filho. A gente não nasce com isso. Tem que olhar o filho no peito. Se os movimentos são rápidos e leves, por exemplo, o bebê não está mamando como deveria.

Além de aumentar o vínculo afetivo entre mãe e filho e de ser mais saudável para o bebê, a livre demanda traz outros benefícios?
Outra vantagem da livre demanda é a de que o bebê que mama quando deseja, não quer chupeta. A sucção é muito prazerosa para o bebê, seja ela nutritiva ou não, mas quando o bebê mama à vontade, ele mesmo não tem necessidade de usar chupeta. O problema da chupeta se acentua conforme a criança cresce. Criança que usa chupeta pode ficar com a língua flácida, boca estreita e problemas respiratórios.

Fonte: site da Chris Flores

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